segunda-feira, 28 de março de 2011

Deus nos conduz pelos caminhos da história...

     Nesta  nossa Assembléia Paroquial queremos discernir, em Deus, a nossa identidade e missão como Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus. Para que possamos fazer isto faz-se necessário um mergulho na história de nossas comunidades e da nossa Paróquia, pois é Deus quem nos conduz e na nossa história poderemos descubrir a vontade de Deus a nosso respeito.
     Aqui traremos alguns testemunhos de históiria e de fé; contudo, ainda temos muito mais para relembrar....
     Assista estes testemunhos e conrtibua conosco. Se você se recorda de fatos históricos importantes de nossas comunidades e de nossa Paróquia escreva para nós: pstmj.to@gmail.com.





 









sexta-feira, 25 de março de 2011

Metodologia dos Trabalhos da Assembléia

 Metodologia da Assembléia Paroquial




1. Do objetivo

     O objetivo de nossa 1a. Assembléia Paroquial será o discernimento da identidade e missão específicos de nossa paróquia no seio da Igreja.



2. Dos trabalhos preparatórios

     Os trabalhos preparatórios consistem no estudo de quatro textos. Estes estudos se darão em dois momentos.
          a) Estudo dirigido para lideranças => Neste primeiros momento as lideranças de todas as pastorais, grupos e movimentos realizarão um estudo dirigido para capacitá-los a trabalharem no segundo momento com as pessoas que participam dos mesmos;
          b) Estudos nos diversos grupos => Neste segundo momento as lideranças, uma vez que já foram capacitadas, trabalharão o mesmo texto com as pessoas que participam das diversas pastorais, grupos e movimentos. Para auxiliar na assimilação do conteúdos, os diversos grupos deverão responder a questionários pré-formulados.
          Obs: Os paroquianos que não particpam de nenhum grupo poderão participar da Assembléia Paroquial estudando os textos e respondendo os questionários que se encontram disponibilizados em um blog específico da Assembléia.
     Os textos que serão estudados são: 
  
Texto
Tema
Responsável
Texto 1/1
O que é uma Paróquia?
Pe. Carlos
Texto 1/2
A trajetória histórica de nossa Paróquia
Pe. Carlos
Texto 2
Conhecendo Santa Terezinha do Menino Jesus e a Espiritualidade Carmelitana
Com. Pantokrator e
Frei Vicente
Texto 3
A Missão na vida da Igreja
Pe. Odair





3. Da preparação espiritual

     A espiritualidade que deve conduzir os paroquianos àquela atitude de escuta e docilidade à voz de Deus estará presente em todos os momentos. Cabe aos animadores e coordenadores pastorais fomentar a oração pessoal e comunitária dos membros em favor da Assembléia Paroquial.
     Será realizada uma oração própria da Assembléia, com aprovação e imprimatur da competente autoridade eclesiástica. Esta oração será rezada em todas as missas dominicais e em todas as reuniões das pastorais, grupos e movimentos.
     Em conformidade com o cronograma da Assembléia, serão realizados alguns momentos especiais de oração e intercessão onde todos estarão reunidos, como paróquia, em espírito de amor e comunhão fraterna.


4. Da Assembléia Geral 

     Após os devidos estudos preparatórios serão realizadas, conforme consta no cronograma, três grandes reuniões, denomidadas "Assembléia Geral", onde todos os paróquianos serão convocados a participar. Nesta reunião, serão realizados grupos de reflexão que darão respostas a pontos pré-determinados (dentro da dinâmica dos quatro olhares) que posteriormente serão votados na grande assembléia. As definições aprovadas pela Assembléia serão encaminhadas ao Pároco que terá a responsabilidade de preparar o documento final da Assembléia em forma de "Carta Pastoral".
     Obs: A dinâmica dos quatro olhares consiste:
          a) Olhar para cima (para o mistério)
          b) Olhar para baixo (para a nossa realidade específica)
          c) Olhar para dentro (numa perspectiva de comunhão)
          d) Olhar para fora (para a missão)



5. Do documento final

     O Pároco receberá as conclusões da Assembléia Paroquial e redigirá uma Carta Pastoral que será distribuida para todas as pastorais grupos e movimentos que deverão estudá-la. À partir do estudo da Carta Pastoral, o CPP (Conselho Pastoral Paroquial) definirá o plano bianual de pastoral a ser implantado na Paróquia.

Cronograma da Assembléia

Cronograma da
Assembléia Paroquial




Data
Local
Hora
Descrição
Participantes
12/02
Centro Pastoral
15-18hs
Estudo Texto 1/1
Lideranças
27/02
Matriz
9hs
Missa de Abertura
Aberto
Março
Nos Grupos
-----
Oração, Estudo, Discernimento e Questionário do Texto 1/1
Todos do Grupo
26/03
Centro Pastoral
15-17,30hs
Estudo Texto 1/2
Lideranças
Abril
Nos Grupos
-----
Oração, Estudo, Discernimento e Questionário do Texto 1/2
Todos do Grupo
09/04
Centro Pastoral
15-17,30hs
Estudo Texto 2
Lideranças
Maio
Nos Grupos
-----
Oração, Estudo, Discernimento e Questionário do Texto 2
Todos do Grupo
14/05
Centro Pastoral
15-17,30hs
Estudo Texto 3
Lideranças
20/05
Matriz
20-24 hs
Vigília de Oração
Aberto
Junho
Nos Grupos
-----
Oração, Estudo, Discernimento e Questionário do Texto 3
Todos do Grupo
Julho
Matriz
-----
Mês de Orações.
(Cerco de Jericó ?)
Aberto
06/08
Postel
15-18hs
1o dia da Assembléia Geral
Todos
13/08
Postel
15-18hs
2o dia da Assembléia Geral
Todos
20/08
Postel
15-18hs
3o dia da Assembléia Geral
Todos
27/08
Matriz
20hs
Missa de Encerramento
Todos
01/10
STDA
19hs
No Festejo de Santa Terezinha (STDA) lançamento e entrega do Documento Conclusivo.

Fotos da Missa de Abertura da Assembléia Paroquial

Dom Pedro, Arcebispo de Palmas, celebrou a missa de abertura de nossa Assembléia.




















Fotos do Primeiro Estudo das Lideranças

Veja as fotos do nosso primeiro estudo realizado no dia 27/02/2011 


(Oração inicial)


(Oração inicial)


(Estudo Direcionado)


(Estudo Direcionado)


(Estudo Direcionado)


(Estudo Direcionado)


(Estudo Direcionado)


(Estudo Direcionado)


(Lanche e Vida Comunitária)


(Lanche e Vida Comunitária)


(Lanche e Vida Comunitária)

sábado, 12 de março de 2011

Texto de Estudo 1/1

   Estamos postando o nosso primeiro texto de estudo. Leia, medite, reze e responda o questionário (o questionário deve ser enviado para pstmj.to@gmail.com).



O que é uma Paróquia?


            * Por: Pe. Carlos R. E. Bertozo 


            Sem entrar em todo o processo histórico da evolução da Paróquia ao longo dos séculos, o Código de Direito Canônico, no cân. 515 resumirá o conceito de Paróquia da seguinte maneira: “Paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como a seu pastor próprio, sob a autoridade do Bispo diocesano”. Agora iremos aprofundar e colocar alguns questionamentos a partir deste conceito.

1.        A Paróquia é uma “Comunidade”.

O termo comunidade na sociologia distingue-se daquele de sociedade.
Numa sociedade as pessoas se unem para obterem juntas o que sozinhas não seria possível, buscando a satisfação egoísta das próprias necessidades, sem terem um afeto de amor, de amizade que as aproxima.
Numa comunidade, por sua vez, as pessoas se unem também para obterem juntas o que sozinhas não seriam capazes de obter, mas se unem não com aquele espírito egoísta, individualista; se unem num afeto bonito de amor, de amizade, de confiança, de doação.
Na vida da Paróquia, principalmente na celebração da Santa Missa que é a fonte e o ponto mais alto de toda a nossa vida cristã, muitas vezes somos mais uma sociedade reunida do que uma comunidade. Exemplificando: na missa eu me reúno com outras pessoas para participar da celebração, porque seria impossível o padre celebrar uma missa para cada pessoa aos domingos; então nos unimos para fazermos juntos o que sozinhos não poderíamos realizar. Cada um participa da missa porque deseja obter para si coisas diversas da parte de Deus, muitas vezes os pedidos são todos egoístas, onde pensamos somente em nós mesmos e nos esquecemos dos outros. Chegamos para a missa e muitas vezes somos pessoas totalmente estranhas, uma para com as outras; não cumprimentamos, não nos preocupamos sobre o como a pessoas está... somos um bando de gente estranha sentados um ao lado do outro sem nenhum sentimento, afeto, amizade. Isto é uma sociedade. Mas a Paróquia não é chamada a ser uma sociedade, é chamada a ser uma comunidade...
Então como podemos fazer de nossa Paróquia uma verdadeira comunidade? Eu devo ser sincero em dizer que não é fácil, às vezes parece até impossível. Mas então não poderemos nunca ser uma comunidade? Viveremos para sempre sem realizar a nossa vocação paroquial?
No meu pensamento a solução que vejo é o fortalecimento dos pequenos grupos, das pastorais, dos movimentos. Em grandes assembléias como nas missas será difícil implantar um espírito comunitário, mas lá na Legião de Maria, na equipe de liturgia, no ministério de música, na pastoral do idoso, na conferência vicentina, no grupo de oração, no grupo de jovens, na pastoral do dízimo, nos grupos de terço, nos cenáculos, na equipe de coroinhas, a vida comunitária fica mais fácil de ser vivida. Nestes grupos as pessoas têm capacidade de criar laços de relacionamentos, de amizade, de afeto, de carinho. Ali é mais fácil conversarmos, nos conhecermos, rezarmos não apenas pelas nossas necessidades, mas rezarmos e nos envolvermos com as necessidades de nossos irmãos e irmãs. Quando estes pequenos grupos se transformarem em verdadeiras comunidades então estaremos dando um importante passo, não o único, mas um importante passo.
O segundo passo dá-se quando cada grupo comunitário se abre aos outros grupos, como irmãos, amigos. Aliás, todo fechamento em si mesmo, na vida de fé, está destinado à morte, ao fracasso. Quando os diversos grupos se fecham em si mesmos o fracasso já está selado Mas quando há abertura de mente e de coração então a vida reina e Cristo reina em nós. Quando os grupos se abrem, então os outros grupos não serão mais pessoas estranhas, serão irmãos na fé, mesmo que não a conheçamos e haverá alegria por podermos estar juntos e fazer parte de uma mesma família paroquial, de uma mesma e única comunidade que é a Paróquia.
O terceiro passo é a celebração da unidade que acontece na celebração da Santa Missa. Ali, os grupos abertos uns aos outros, celebrarão juntos, em um mesmo afeto fraterno, o amor de Deus que é nosso Pai (e não meu Pai). Celebraremos a unidade naquele que é o Único, Jesus Cristo. Celebraremos a Ação de Graças (Eucaristia), num sentimento bonito de pertença, de família. Então sim baniremos de nosso meio qualquer tipo de sociedade e poderemos viver a nossa identidade: Ser Paróquia é ser Comunidade.


2.        A Paróquia é uma “Comunidade de fiéis”.

Existem, no nosso mundo e na sociedade civil, uma diversidade de tipos de comunidade, como a comunidade familiar, e as diversas comunidades que vão se formando (grupos de vizinhos, grupos de amigos que espontaneamente vão se formando, etc.).  Então eu questiono: o que distingue a comunidade paroquial dos outros tipos de comunidades? A nossa característica própria é que somos fiéis.
O termo fiel em sentido amplo significa todos aqueles que foram batizados, mas na Igreja Católica não basta que alguém seja batizado para que seja um fiel católico; faz-se necessário que este mesmo fiel mantenha os laços da comunhão católica: os laços da mesma fé, dos mesmos sacramentos e do mesmo governo eclesiástico.
a)      A mesma Fé: Quando aqui nós falamos em fé, não estamos falando daquele sentimento subjetivo que alguém pode ter de acreditar ou não em Deus. A mesma fé deve ser entendida de forma objetiva, ou seja, aquilo que eu acredito é o mesmo que a Igreja acredita. Assim sendo, ter a mesma fé é acreditar naquilo que a Igreja acredita e que é sintetizado no Credo (eu creio) que todos os domingos nós rezamos na missa. Muitas pessoas, mesmo sem saber, deixar de ser católicas porque deixam de ter a fé da Igreja e começam a ter a sua própria fé, o seu próprio credo. Ex:  A pessoa diz que é muito católica, muito religiosa, mas que não acredita na vida eterna; ela acredita que morrendo ele simplesmente deixará de existir. Nesta caso esta pessoa deixou de professar o Credo da Igreja Católica e fez a sua própria oração do creio. Ora, quem abandona a fé católica não é mais um fiel católico e deste modo rompe a comunhão com a comunidade paroquial (e muitas vezes a pessoa acaba criando a sua própria igreja do jeito que acha que deve ser). OBS: há casos em que a pessoa pode ter alguma dificuldade de crer aquilo que a Igreja crê. Neste caso cabe ao fiel católico buscar aprofundar as razões do porque a Igreja crê como crê, para que este fiel possa sanar suas dúvidas e dificuldades, mas nunca deveria fazer a sua própria fé; pois a fé não é minha e de ninguém, a fé Cristo deixou à sua Igreja edificada sobre Pedro e é da Igreja que recebemos a fé; e do mesmo modo que a recebemos devemos transmiti-la fielmente para sermos coerentes com a nossa adesão a Cristo. OBS: Algumas vezes pode ocorrer que algum fiel tenha dificuldade de crer em algo que a Igreja crê. Nestes casos o fiel é chamado a aprofundar as razões do por que a Igreja crê daquele modo para que possa, na busca sincera pela verdade, chegar ao perfeito conhecimento e não fazer a sua própria fé.
b)      Os mesmos Sacramentos: A Igreja possui sete sacramentos: Os três da iniciação cristã (batismo, eucaristia e crisma), os dois de cura (confissão e unção dos enfermos) e dois de estado de vida (matrimônio e ordem). Em qualquer lugar do monde, onde houver fé católica, estarão presentes estes sete sacramentos. Se alguém começa a pregar que o batismo não é um sacramento ou que ele não seja necessário para a salvação então não está em comunhão com a Igreja Católica e por isso romperão a comunhão com a comunidade de fiéis daquela determinada Paróquia a que pertence. Outro exemplo: se um padre ou um bispo ordena uma mulher ao diaconato ou ao presbiterado (como padre) estarão rompendo a comunhão católica pois estes sacramentos são reservados para as pessoas de sexo masculino. Se se rompe a comunhão católica então não é mais um fiel católico. Um último exemplo, que por incrível que pareça acontece em alguns lugares do mundo: se uma freira ou uma leiga (ou leigo não ordenado no grau do presbiterado) celebra a missa levando os fiéis a acreditarem que qualquer pessoa pode celebrar a missa, então esta pessoa estará rompendo com a fé da Igreja no sacramento da eucaristia e da ordem; neste caso a pessoa que simula a celebração da missa e os outros fiéis que dela participam estariam rompendo com a comunhão católica, criando sua própria igreja, reinventando o credo. Estes não seriam mais fiéis católicos.
c)      O mesmo governo eclesiástico: a estrutura da Igreja, ou estrutura eclesiástica, é organizada de forma hierárquica como a quis Cristo. Ao escolher a Pedro como a pedra, o fundamento onde construiria a sua Igreja (Mt 16,18), Jesus colocou Pedro como o chefe do grupo dos apóstolos. O Papa, sucessor de Pedro, continua no mundo a ser o chefe do grupo dos Apóstolos que são os Bispos. Os Bispos são sucessores dos Apóstolos e embora sejam os Pastores das Igrejas particulares (ou Dioceses), com todos os poderes necessários para o pastoreio, eles estão sob a guia do Papa, que é a cabeça do Colégio Episcopal (o conjunto de todos os bispos do mundo). O mesmo sacerdócio que foi confiado a Pedro e aos Apóstolos é transmitido, pelo sacramento da ordem, no grau do presbiterado, a todos os presbíteros (ou padres); contudo os padres estão sob o cuidado do Bispo que é o Pastor da Diocese do qual são colaboradores. Os diáconos são ordenados não para o sacerdócio, mas para a diaconia, ou seja, o serviço; desta forma eles estão sob os cuidados do Bispo e dos padres nas respectivas paróquias. Os fiéis leigos, vivendo a própria vocação, estão sob o pastoreio do Bispo e do Pároco que têm a responsabilidade de, agindo na pessoa de Cristo, ensinar, santificar e conduzir pastoralmente os seus fiéis. Esta é, de forma simplificada, a estrutura hierárquica ou o governo eclesiástico. Se algum fiel católico rompe a comunhão com o Papa então deixa de ser um fiel católico. Se algum fiel rompe a comunhão com o seu Bispo, então deixa de ser um fiel católico. Se um fiel rompe a comunhão com o seu pároco estará rompendo a comunhão com a comunidade paroquial e se tal ruptura de comunhão com o pároco versar sobre os elementos da fé, dos sacramentos ou do governo eclesiástico, então estará rompendo a comunhão não apenas com a comunidade paroquial, mas com a própria Igreja Católica. 



Para não perdermos o fio do raciocínio, após estas longas explicações, gostaria de retomar dizendo que não somos uma comunidade qualquer, dentro de tantas formas de comunidades que existem em nossa sociedade civil. Somos uma comunidade com uma característica própria que a distingue das outras: somos uma comunidade de fiéis e fiéis católicos. O que faz de nós fiéis católicos é o batismo recebido desde que mantenhamos os laços da fé, dos sacramentos e do governo eclesiástico. Sem estes laços seremos qualquer coisa menos fiéis católicos.

2.1  A Espiritualidade de Comunhão.

No que diz respeito, ainda, à comunhão católica, gostaria de abordar a importância de uma espiritualidade de comunhão.
Se alguém te perguntar: qual a tua religião? Você responderá: sou católico. Mas por que você é católico? Então dirás: porque freqüento a Igreja Católica. Contudo, este alguém insiste: Mas o que faz da tua Igreja uma Igreja Católica? Então você poderá responder: porque apesar de estar espalhada por todo o mundo (isto significa a palavra católico, é ser universal), nas mais diversas culturas, dos mais diferentes povos, nós todos estamos em comunhão.  Talvez esta seja uma das características mais importantes de nossa Igreja. Apesar da grande diversidade de formas e pensamentos, a fé em Cristo nos une e podemos viver em comunhão.
Aqui gostaria de dar um testemunho pessoal.
Como já falei em diversas ocasiões, a minha experiência pessoal com Jesus Cristo deu-se aos quatorze anos. Desde então comecei a fazer muitos retiros e a pregar muitos retiros, mesmo antes de ser padre. Uma das coisas mais bonitas para mim era saber que não importava onde estivesse, eu sempre estava em casa porque em qualquer lugar por onde andava eu tinha uma família, a família católica. Era e é impressionante: mesmo encontrando as pessoas pela primeira vez o amor a Cristo nos fazia vivenciar uma familiaridade e uma amizade sobrenatural. Foi desta forma que tenho amigos espalhados por todo o mundo. Por tantas cidades brasileiras que passei, por tantos países que visitei (Itália, Vaticano, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Chile, México), em qualquer templo católico que entrava era a mesma fé, a mesma eucaristia, a mesma comunhão católica. Nos meus estudos conheci católicos de todos os continentes e dos mais variados países: japoneses, russos, polacos, vietnamitas, meus queridos irmãos africanos, indianos, etc... Nossas culturas tão diferentes, as línguas, a gastronomia tão diferentes, mas era o mesmo espírito de comunhão que nos fazia celebrar a mesma missa, cantar os mesmos cantos, experimentar a fraternidade fruto da fé.
A nossa vida de oração e o nosso relacionamento com Deus deve ser regado, sempre, pela espiritualidade de comunhão. Ninguém fechado em si mesmo, ninguém preso pela desconfiança, pelo medo, pelo egoísmo, pela falta de perdão.

3.        A Paróquia é uma “Comunidade de fiéis, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como ao seu pastor próprio”.

Cristo não quis que seu rebanho ficasse sem o cuidado de um pastor, pois isto seria um risco muito grande às ovelhas; a final de contas quem de nós pode dizer que é absolutamente independente e auto-suficiente?
A necessidade de pastores fica clara quando Jesus, após a ressurreição, encontra-se com Pedro e num diálogo com significado profundo lhe pergunta: “Pedro, tu me amas mais do que estes?”; diante da resposta afirmativa de Pedro, Jesus então lhe dá uma grande missão: “Apascenta as minhas ovelhas”.
Na vida da comunidade paroquial é o pároco que assume esta missão de pastoreio. A missão do pároco como pastor próprio de sua paróquia é a de ensinar (através da pregação da Palavra, da Catequese, das homilias, dos atendimentos e aconselhamentos e o testemunho pessoal de vida), santificar (com a oração e principalmente com a celebração dos sacramentos) e governar/pastorear (tendo sobre si todo o peso da responsabilidade administrativa, pois é ele que responde juridicamente pela paróquia e tem o dever de conduzir pastoralmente o seu rebanho para a maturidade da fé e da vivência cristã).
Nesta missão do pároco colaboram outros clérigos (vigários paroquiais, diáconos paroquiais), leigos (principalmente através do Conselho Econômico e do Conselho Pastoral Paroquial), mas tal colaboração não exime o pároco de confirmar, com sua decisão pessoal, segundo a sua consciência de pastor, os diversos conselhos e sugestões recebidas.
Uma das grandes dificuldades em relação ao sacerdote (pároco ou vigário paroquial) é que a nossa sociedade tem perdido o sentido da mediação, principalmente com os avanços do pensamento protestante.
Deus no mundo nunca quis agir diretamente sobre as coisas que nos dizem respeito; sempre colocou seres humanos que o representassem. Foi assim que Deus escolheu Noé para salvar o povo que acreditou em sua mensagem; igualmente foi através de Moisés que Deus realizou diversos sinais e prodígios para libertar o povo da escravidão e conduzi-lo à terra prometida; foi assim que Deus enviou juízes, reis, profetas e sacerdotes durante todo o antigo testamento. Na plenitude dos tempos Deus nos enviou o seu próprio Filho, que contudo veio na nossa condição humana (embora não tenha perdido a sua divindade); o próprio Cristo escolheu o grupos dos doze para continuarem sua missão, etc.
Isto tudo confirma o modo de proceder de Deus: no nosso mundo humano, Ele se manifesta através de seres humanos que, consagrados com uma unção especial, tem na terra a missão de fazer cumprir a vontade de Deus.
Os sacerdotes, portanto, e de modo especial o pároco, em sua paróquia, tem a missão de ser o mediador entre Deus e os homens.
Aqui vale relembrar outra realidade bem expressa pelo apóstolo Paulo: “Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7). Isto mostra que o dom do sacerdócio existe dentro de seres humanos, que por serem sacerdotes não deixam de ser frágeis; mas ao mesmo tempo, tal fragilidade não macula o poder de Deus que age através deles. Por isso o pároco, como pastor próprio de uma paróquia, não está imune a tomar decisões que o tempo, posteriormente, julgará como equivocadas. Mas ele sempre deverá agir conforme sua consciência de pastor, pois um pastor autêntico sempre agirá buscando o bem do seu rebanho e nunca querendo o seu mal.


4.        A Paróquia é uma “Comunidade de fiéis, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como ao seu pastor próprio, sob a autoridade do Bispo diocesano”.

A Paróquia existe no seio de uma Igreja local (ou particular), que são as dioceses (ou Arquidioceses, etc.). O Bispo diocesano é o pastor da Diocese e ele possui a plenitude do sacerdócio e da sucessão apostólica. Se os padres participam do sacerdócio de Cristo e da sucessão apostólica, nos bispos tal sacerdócio e sucessão estão presentes em grau pleno. Como falado anteriormente, não poderia existir uma paróquia católica sem estar em comunhão com o seu Bispo.
Por isso, sendo o pároco o pastor próprio de sua paróquia, ele não poderá desconsiderar a sua subordinação hierárquica em relação ao seu Bispo. Ao mesmo tempo em que possui certa autonomia na sua paróquia, o pároco não goza de uma independência absoluta.
O pároco e sua paróquia têm que acatar as orientações gerais dadas pelo Bispo diocesano, pois ambos estão debaixo de sua autoridade.
O Bispo, então, não irá administrar a paróquia, mas irá nomear o pároco; o Bispo não organizará a vida pastoral de uma determinada paróquia, mas dará as diretrizes gerais as quais todas as paróquias deverão se conformar e assim por diante.
Esta submissão ao Bispo não pode ser vista como algo negativo, muito pelo contrário, a comunhão com ele é a nossa garantia de catolicidade e ao mesmo tempo a certeza de autenticidade de nossa mensagem e vida cristã.


Questionário


1)     Nós somos chamados por Deus a sermos uma Comunidade, por isso reflitam juntos à partir do texto e respondam:

a)      Como eu percebo a nossa vida de Paróquia: Nós somos mais uma Comunidade ou uma Sociedade?
b)      Como eu percebo a nossa vida de Pastoral (grupo, movimento, etc.): Nós somos mais uma Comunidade ou uma Sociedade?
c)      Se percebermos sermos de fato uma Comunidade, então o que podemos fazer para alimentar a vida comunitária na Paróquia ou na Pastoral? Mas se percebermos que somos ainda uma Sociedade, então o que podemos fazer para que nossa Paróquia e nossa Pastoral (grupo, movimento, etc.) possa transformar-se em uma Comunidade?

2)     O que faz de nós sermos Católicos é a uma prática e uma espiritualidade de comunhão. Responda, pois, à partir da reflexão sobre o texto:

a)      Cada um de nós, pessoalmente, tem vivido uma vida na comunhão católica ou cada um vai fazendo a sua própria religião?
b)      Percebo que a nossa Paróquia vive a comunhão católica na fé, nos sacramentos e na comunhão hierárquica? Por quê?
c)      Percebo que a minha Pastoral (grupo, movimento, etc.) está dentro da comunhão católica partilhando a mesma fé, os mesmos sacramentos e o mesmo governo eclesiástico? Por quê?
d)      Se percebermos que vivemos de fato na Comunhão Católica, então o que podemos fazer para alimentar esta comunhão na Paróquia ou na Pastoral? Mas se percebermos que ainda não vivemos em plenitude tal comunhão católica, então o que podemos fazer para que nossa Paróquia e nossa Pastoral (grupo, movimento, etc.) possa viver um catolicismo autêntico?
e)      Percebo que a minha Pastoral (grupo, movimento, etc.) está em comunhão com o Pároco e com as outras pastorais e comunidades da Paróquia? Justifique.