quinta-feira, 9 de junho de 2011

Texto de Estudo II - A Espiritualidade Carmelitana

Nossa Senhora no Carmelo

O Carmelo é todo de Maria

A ligação de Nossa Senhora com os carmelitas remonta às origens da Ordem. Os primeiros eremitas latinos que se fixaram no Monte Carmelo, no final do séc.XII, instalaram-se em grutas e construíram no centro delas um oratório dedicado a Nossa Senhora.
Escolheram a Virgem Maria como Patrona da Ordem, a Senhora do Lugar, demonstrando que estavam em honra e a serviço dela, de quem esperavam toda a proteção. Assim os primeiros carmelitas colocaram-se inteiramente à disposição, consagraram-se e viveram em obséquio (dedicação total) de Jesus Cristo e também de sua mãe Maria.
Consideravam-na como Mãe e modelo de vida contemplativa: ela nos ensina a acolher, a meditar e a conservar a Palavra de Deus no coração.Maria também é irmã dos carmelitas que têm como título oficial da Ordem: Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus do Monte Carmelo, conhecida como Ordem do Carmo.
Os carmelitas sempre estiveram em sintonia com a virgindade de Maria, que é não apenas física mas espiritual. Significa ter o coração inteiramente e exclusivamente dedicado a Deus, não dividido. Maria viveu só as coisas de Deus, esvaziando-se para Ele (vacare Deo) de tudo o que era terrestre e humano, para ocupar-se apenas dele.
É cheia de graça, pois teve êxito em esvaziar-se para que Deus ocupasse totalmente o seu coração. O ideal de todo carmelita. Não se pode compreender o Carmelo sem a presença viva de Maria. Ela é o modelo perfeito do ser consagrado ao Senhor. Com Maria sentimos a coragem de ser, no meio do povo e da Igreja, aqueles que oferecem o Cristo, gerado na oração.


Espiritualidade do Carmelo

A reforma introduzida por Teresa e João da Cruz quer ser uma superior e quanto delicada fusão entre o ideal contemplativo, próprio dos primeiros eremitas do Monte Carmelo, e o ideal apostólico que animou profundamente os dois Santos Reformadores. Esta admirável síntese espiritual pode ser esquematizada nos seguintes binômios:
• Intensa busca de Deus, que busca o homem, e grande atenção ao homem, sedento de Deus.
• Comunhão com Deus, no seguimento do Cristo, e comunhão com a Igreja, do Cristo seguidora.
• Repouso do ânimo na prática da oração e esforço ascético de purificação.
• Quietude em Deus e inquietude pela salvação do mundo.
• Gosto pelas coisas espirituais e sentido do concreto.
• Solidão, silêncio, retiro e zelo pelas almas, doutrina universal, impulso missionário.
A espiritualidade do Carmelo se embasa sobre a doutrina de Teresa de Jesus e de João da Cruz, proclamados Doutores da Igreja, e é unanemente reconhecida como o suporte fundamental da teologia ascética e mística. Esta doutrina, que toma o nome de Escola Teresiana, foi sucessivamente enriquecida pela experiência e pelos escritos de outras figuras carmelitanas, como Teresa do Menino Jesus (desde 1997 Doutora da Igreja), Elisabete da Trindade e Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein). Característico da espiritualidade carmelitana é o acentuado cristocentrismo. No coração da vida espiritual resplende a figura de Cristo, que a alma busca por meio das virtudes teologais (fé, esperança e amor) e ascéticas (humildade, caridade e desapego), tomando o caminho da oração amorosa.
Desta espiritualidade profundamente mística e corajosamente ascética floresce, desde o século XVII, o ideal missionário. Basta pensar que a primeira Congregação de Propaganda Fidei (1600) foi em grande parte obra dos Carmelitas Descalços, e teve a notável influência do grande missionário espanhol Fr. Tomás de Jesus. Os primeiros missionários italianos estiveram na Pérsia (atual Irã e Iraque - 1604) e em seguida fundaram em Malta, nas Índias, em Moçambique e Madagascar, na China e no Extremo Oriente.


O amor e o serviço ao próximo
... na espiritualidade dos místicos carmelitas
Por Fr. Maximiliano Herraiz, ocd 
        
            A relação de amor que gera atitudes de serviço aos irmãos é um traço essencial do relacionamento com Deus. Encontrar-se com o Deus que é Amor é topar com um Deus que vem ao nosso encontro para nos servir, sempre, e, de forma definitiva, em seu Filho Jesus Cristo. Por isso o caminho de união com Deus é caminho de união com os irmãos. Trata-se de um único processo. O "eu" amante é um, que se orienta em várias direções. A experiência e a palavra de nossos Santos Padres Carmelitas é rica e abundante, materialmente mais ampla em Teresa de Jesus.
            Para falar do serviço do próximo temos que começar pela firmeza nas relações com Ele. "Se não é nascendo da raiz do amor de Deus, não chegaremos a ter com perfeição a com o próximo" (5M 3,9). Vale aqui também o princípio: "Não temos que dar se antes não o tivermos recebido" (C 32,13). João da Cruz também expressa a mesma idéia: "os bens não vão do homem a Deus, mas de Deus ao homem" (2N 16,5). Além disso tudo o que nós recebemos nos é dado para ser doado no modo em que se nos dão (cf. Ch. 3,78). E o bem supremo que recebemos de Deus é o amor. Portanto, sem esta firme experiência do amor de Deus, o serviço ao próximo pode ficar comprometido. Então entendemos porque às vezes Santa Teresa chama a atenção para não se precipitar no serviço apostólico que, sem a devida maturidade, pode ser prejudicial ao mesmo serviço e aos demais. Ela está convencida de que nós fazemos o bem aos outros na medida e da qualidade do nosso amor. Daí a prudência: "não tem que sair ao combate, mas deve fartar-se em defender-se" (V.19,15; 5M 4,5).
            Para nossos santos o amor é que dá valor a tudo, na linha do apóstolo Paulo. "Deus não se serve de outra coisa senão de amor" (C 28,1), afirma S. João da Cruz. Para Santa Teresa não é o que se faz que é importante, mas com que amor se vive e se trabalha, é o que serve à construção do Reino de Deus: "Não façamos torres sem fundamento, porque o Senhor não olha tanto a grandeza das obras, mas o amor com que são feitas" (7M).
            Mas como adquirir este amor? (F5,3). "Para graças tão grandes... a porta é a oração" (V.8,9). Foi ela que "me fez entender que coisa era amar" (V.6,4). Em Fundações 5, ela responde: "determinando-se a obrar e padecer, e fazê-lo quando se oferece". Trabalhar e padecer, ou seja, servir e amar.
            Santa Teresa vai aos poucos entendendo o valor das obras, do serviço e da caridade. O que antes ela rechaçava, o tanto trabalhar chamado por ela de "barafunda", realidade de dispersão, confusa, sem centração e recolhimento, passou a ser visto por ela como um caminho de santificação e união com Deus, pois uma alma unida a Ele não precisa preocupar-se em encontrar caminhos e modos de viver, pois sua vontade já é dele (cf. F.5,6).
            A oração tem uma função extraordinária: a de fortalecer a pessoa para servir aos demais na superação de seus egoísmos. E se estar com Deus é bom, amá-lo, no modo como ele nos exige, e as circunstâncias no-lo dirão, é melhor e mais perfeito. Quando se trata de obedecer ou amar, não se deve buscar a solidão, mas servir quando Ele nos pede, segundo a exigência dos irmãos. Por isso, o amor é a medida da nossa ação: "é mais precioso diante de Deus e da alma um pouquinho deste puro amor e mais proveitoso à Igreja, ainda que pareça não fazer nada", diz S. João da Cruz.
            O serviço é lugar de crescimento na união com Deus e o amor é a raiz de todo serviço evangélico. A pessoa adiantada no caminho espiritual não quer morrer para ver a Deus, senão quer "com a vida servir em alguma coisa a quem tanto ela deve" (Meditações sobre os Cantares, 7,1). Em Santa Teresa os desejos de querer morrer para gozar plenamente da comunhão com Deus, sucede o querer viver para servir (7M 3,4) e explica dizendo que como "não olha mais seu próprio contentamento, senão agradar a Deus, seu prazer é em imitar em algo a trabalhosíssima vida que Cristo viveu" (MC 7,9), que significa "deixar seu saber e bem para contentar-lo em servir o próximo". Quanto mais adiantado se está no caminho da oração, "mais acode às necessidades dos outros" (MC 9).
            Segundo Santa Teresa a força evangelizadora da Igreja não está na força dos exércitos, nem na regulamentação doutrinal, moral ou jurídica, mas no nível contemplativo da comunidade eclesial, que a faz amar e trabalhar e vice-versa. Sim, pois a ação do serviço também é fonte da experiência de Deus. "É tão grande o amor que Sua Majestade nos tem que, em paga do que temos ao próximo, fará que cresça aquele que temos para com Ele por mil maneiras; nisto eu não posso duvidar" (5M 3,8; Excl. 2,2).
            Um alto dignatário eclesiático certa vez queixou-se com Santa Teresa porque não tinha tempo para rezar. Teresa lhe disse: "O Senhor lhe dará dobrado, como faz sempre quando alguém deixa (a oração) por seu serviço, ainda que desejo que Vossa Senhoria encontre tempo para si, porque nisto está todo o nosso bem" (Ct 16.1.78; 217,27). Em uma carta a um amigo sacerdote escreve: "entendo que tudo o que se faz para fazer bem um ofício de superior é tão agradável a Deus que, em breve tempo, dá o que, de outro modo, daria em tempos largos" (6.78; 239,8). Certa vez recorda a seu irmão Lourenço, fervoroso orante e não tão diligente trabalhador de sua fazenda: "desengana-se por isso, pois tempo bem empregado como é o de olhar pela fazenda de seus filhos, não lhe tira a oração. Em um instante dá Deus mais, fartas vezes, que com muito tempo; pois não se medem suas obras pelos tempos" (02.01.77; 167,16). E acrescenta com suporte bíblico: "não deixava de ser santo Jacó por mergulhar em seus afazeres, nem Abraão nem São Joaquim, e quando queremos fugir do trabalho tudo nos cansa" (ib. 17).
                        Teresa fala do profundo dinamismo que desata o matrimônio espiritual. O centro onde "só Ele e a alma gozam-se com grandíssimo silêncio" (7M 3,11), constitui-se no "lugar" de operações, a partir de onde se mobilizam todas as forças da pessoa para servir aos demais: "força que envia a alma do centro interior à gente que está acima do castelo, para que não estejam ociosas" (7M 4,11). E continua no número seguinte: "Assim tem farta má aventura enquanto vive; porque, por muito que faça, é muito mais a força interior e a guerra que se lhe dá, que tudo lhe parece nonada".
            O mesmo confessa João da Cruz: porque o amor "faz semelhante ao Amado" (C 36, 3). O "gozemo-nos, Amado!" do primeiro verso da canção, significa a vontade da pessoa em ocupar-se "ora interiormente, ora exteriormente, fazendo obras pertencentes ao serviço do Amado" (ib 4), "entrando mais adentro" na paixão e morte de Jesus para "entrar mais adentro" em sua vida e ressurreição (ib 10 - 13), "dedicada e emancipada ao serviço d'Ele, empregando o entendimento em entender as coisas que são mais de seu serviço para fazê-las, e sua vontade em amar tudo o que a Deus agrada..., e a memória e o cuidado do que é de seu serviço e o que mais lhe há de agradar" (C 28,3). Com um mapa da Espanha na mão se pode meditar a carta a Ana de Santo Alberto, de junho de 1586.
            O que mais agrada a Deus, qual o seu "manjar", no dizer de Teresa? "É fazer, de todas as maneiras que podermos, que almas se salvem e sempre o louvem" (7M 4,14). A unidade de vida não está na alternância de atos, de contemplação e de apostolado, senão no amor, que é o que dá sentido de comunhão e de serviço a tudo o que a pessoa realiza. As obras externas podem até faltar por vocação ou impedimento físico, mas nunca faltará a realidade de uma vida fecundíssima apostolicamente em favor da Igreja e da humanidade, se houver aquela união com Deus, que é o princípio e o termo que define e identifica nossa vida.



Contemplação
... em Santa Teresa
Tomas Alvarez 
           
            Teresa entende por "contemplação" uma forma de oração superior à meditação e estruturalmente diversa desta. A meditação é discursiva. A contemplação não, é antes intuitiva. Aquela é racional, fundamentalmente obra do entendimento e orientada para a vontade e a apção. A contemplação afeta diretamente a vontade e envolve toda a pessoa do orante, toda a sua afetividade anímica, num simples fuxo de atividade e passividade. Realiza uma especial relaão do homem com Deus, prepara a união mística e perdura nos altos graus da mesma. Teresa distinguirá os atos ou momentos passageiros de contemplação, e o estado de contemplação, que coincidirá nos escritos teresiano0s com os altos graus da experiência mística, quando o sujeito se sensibilizou e conaturalizou-se com a presença e a ação de Deus nele.  
            Embora sem lhe dar o nome de "contemplação", Teresa dedica-lhe uma espécie de instantânea descritiva no primeiro capítulo do Livro da Vida, ao recordar a eclosão de sua sensibilidade infantil, pensando na eternidade ou abandonando-se ao desejo de ver a Deus: "Espantava-nos muito a afirmação, no que líamos, de que a pena e a glória eram para sempre. Ocorria de passarmos muito tempo tratando disso e nos agradava dizer muitas vezes: para sempre, sempre, sempre! Por dizer isso muito devagar, ficava imporesso em mim, em tão tenra idade, o caminho da verdade" (1,4). Reparem nos indicativos da modulação contemplativa infantil: "espantava-nos muito" (assombro), "passar muito tempo" (enlevo prolongado), !caminho da verdade impresso em mim" (índice inicial de infusão ou de passividade contemplativa).
            Rara vez ela aludirá ao ato natural de contemplar algo, como a paisagem ou a água ou o rosto de uma criança. Atesta-o somente de passagem: "Eu também me beneficiava de ver campos, águas, flores; encontrava nessas coisas a lembrança do Criador, isto é, elas me despertavam e me recolhiam, servindo-me de livros! (V 9,5; na R 1,11 completa a série: "quando vejo alguma coisa formosa, rica, como água, campos, flores, odores, música...", mas nesta passagem já os transcendendo desde a alta contemplação do divino).
            Do ponto de vista psicológico, na contemplação - segundo ela - estão atados o entendimento e a fantasia. É clássico seu momento de auto-análise: "Este entendimento (abarca o entendimento e imaginação) está tão perdido (na contemplação), que não parece senão um louco furioso, que ninguém pode atar, nem sou senhora de fazê-lo estar quieto um credo... Conheço mais então a grandíssima mercê que me faz o Senhor quando tem atado este louco em perfeita contemplação" (V 30,16).
            Do ponto de vista pedagógico, no magistério teresiano há dois modos de superar e discorrer da meditação: uma, com a simples superação da oração discursiva, que ela chama "recolhimento" ou "oração de recolhimento", e a outra já em "contemplação mística" que ela alguma rara vez designará com o termo teológico latinizante "infusa": "luz infusa" (M 6,9,4), "resplendor infuso" (V 28,5), "sabedoria infundida" (C 6,9). Só para esta reserva o nome de "contemplação". Costuma qualificá-la de "contemplação perfeita" (V 22 passim; C 16; 25,1; 27-28; M 6,7,7; F 4,8...); em seus graus místicos mais elevados: "subida contemplação" ou "subidíssima contemplação" (V 8,11; 22 tít...; CE 60,2), "cume de contemplação" (V 22,7; Con 5,3).
            As notas características da contemplação infusa são, segundo ela, do ponto de vista psicológico, a fixação da mente em qualquer um dos aspectos do mistério, com a consequente cessação do fluxo de pensamentos de imagens: Teresa titubeia entre as duas fórmulas "o entendimento não discorre" ou "não obra", ainda que esta última corrigi-la-ão os teólogos censores.
            Mais importante é sua origem: do ponto de vista genético, "é coisa dada por Deus" (C 17,2), "coisa sobrenatural" (V 23,5); ou seja, é pura iniciativa de Deus em nós, pura graça: "sem o rumor das palavras, esse Mestre divino está lhe ensinando, suspendendo-lhe a atividade do intelecto, porque esta, nessa circunstância, antes prejudicaria que beneficiaria; a alma goza sem entender como. Ela está abrasando-se em amor e não entende como ama; sente deleitar-se naquilo que ama e não sabe como. Ela bem entende que o seu intelecto nunca alcançaria esse prazer; é tomada por uma intensa vontade sem compreender como... Ele é dom do Senhor do céu e da terra, que o dá como quem é. Esta, filhas, é a contemplação perfeita" (C 25,2). Teresa insiste repetidas vezes em que não existem técnicas oracionais que produzam este gênero de contemplação ou introduzam nela. Em nítida contraposição com as duas formas de oração mental e vocal: "pensar e rezar. Nessas duas coisas, também podemos fazer alguma coisa, com o favor de Deus; na contemplação de que acabei de falar, nada está ao nosso alcance. Sua Majestade é quem faz tudo, pois é obra Sua, que está além da nossa natureza" (ib.3).
            O mais apreciado, entre todos os conteúdos da contemplação [e - para ela - o mistério de Cristo Jesus. Em todas as suas manifestações, suas palavras, sua conduta histórica, seu amor, seus sentimentos, sua relação com o Pai, sua cruz, sua glória. Teresa defendeu de modo especial o caráter cristológico da contemplação mística. Não é verdade - segundo ela - que a contemplação cristã adote a tese platônica de objetivar-se nas formas puras e imateriais. A Humanidade de Jesus é não só objeto possível na mais alta contemplação, mas que a contemplação cristã é inevitável. Ele é caminho e porto final. Daí decorre que, segundo ela, Cristo e sua Humanidade santa, marquem a escalada da contemplação, em sua linha ascensorial para o divino e em sua dimensão expansiva para o humano.
(Texto extraído do Dicionário de Santa Teresa, Ediões Carmelitanas & LTR)

Texto de Estudo II - Breve Biografia de Sta. Teresinha

 Breve Biografia


"Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo".
Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon (França), no dia 2 de janeiro de 1873, sendo batizada dois dias depois na igreja de Notre-Dame com o nome de Marie Françoise Thérèse. Seu pai, Louis Martin, relojoeiro e joalheiro, que aos 20 anos tentara ser monge da Ordem de São Bernardo, está perto dos 50 anos quando nasce sua nona filha. Sua mãe, Zélie Martin, famosa bordadeira do conhecido "ponto de Alençon", gera Teresa aos 41 anos. Vítima de câncer, essa piedosa mulher falece no dia 28 de agosto de 1877.
Aos três anos, a pequena Teresa já está decidida a não recusar nada ao Bom Deus. Louis Martin transfere-se com as cinco filhas para a cidade de Lisieux, por sugestão do cunhado, Senhor Guérin. Os outros irmãos morreram ainda pequenos. Aí, cercada pelo carinho do pai que chama sua caçula de "minha rainha" e pela ternura das irmãs, Teresa recebe uma formação exigente e cheia de piedade. Suas irmãs se chamam Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Na festa de Pentecostes de 1883, ela é milagrosamente curada de uma enfermidade através de um sorriso que lhe oferece a Virgem Maria. Educada pelas monjas beneditinas, até outubro de 1885, completa seus estudos em casa sob a orientação de Madame Papineau. Fez a primeira comunhão em 8 de maio de 1884, depois de uma intensa preparação. Este grande dia marca a "fusão" de Teresinha com Jesus.
No dia 14 de junho do mesmo ano recebe o sacramento da Crisma, muito consciente dos dons que lhe são implantados no coração. No Natal de 1886 vive uma profunda experiência espiritual, uma virada decisiva em sua vida, que ela chama de conversão: aos 13 anos, a menina chorosa e caprichosa, conforme seu próprio testemunho abandona os cueiros da infância. Supera a fragilidade emotiva conseqüente da perda da mãe e inicia uma corrida de gigante no caminho da perfeição.
Põe-se a pensar seriamente em abraçar a vida religiosa como monja carmelita, a exemplo de suas irmãs Maria e Paulina, no Carmelo de Lisieux, mas é impedida em seu sonho devido à pouca idade. Por ocasião de uma peregrinação à Itália, depois de visitar Loreto e alguns pontos de Roma, numa audiência concedida pelo Papa Leão XIII a um grupo de peregrinos de Lisieux, no dia 20 de novembro de 1887, audaciosamente ela suplica ao Santo Padre a permissão para ingressar no Carmelo aos 15 anos de idade.
No dia 9 de abril de 1888, após muitas dificuldades, consegue realizar seu sonho e é aceita na clausura do Carmelo. Recebe o hábito da Ordem da Virgem no dia 10 de janeiro do ano seguinte. Emite seus votos religiosos no dia 8 de setembro de 1890, festa da Natividade da Virgem Maria. Inicia no Carmelo o caminho da perfeição traçado pela Madre Fundadora, Santa Teresa de Jesus, cumprindo com fervor e fidelidade os ofícios que lhe são confiados.
Começa sua escalada na montanha do amor, descobrindo o amor e a misericórdia de Deus como os maiores tesouros de sua vida. Encontra o Pequeno Caminho, a essência de sua espiritualidade, via de total abandono e entrega nas mãos de Deus. Em 1893 é nomeada auxiliar de Madre Gonzaga na formação das noviças. Em 27 de setembro de 1894, um grande golpe açoita o coração: falece seu pai, seu Rei.
Em 1895, por obediência, começa a escrever suas memórias que serão publicadas, após sua morte, com o título História de uma Alma. Este livro será responsável pela divulgação da vida e espiritualidade de Santa Teresinha no mundo inteiro, sendo traduzido em 58 línguas.
No dia 9 de junho de 1895, na festa da Santíssima Trindade, oferece-se vítima de holocausto ao Amor Misericordioso de Deus. Em 3 de abril do ano seguinte, na noite entre a Quinta-feira e a Sexta-Feira Santa, tem uma primeira manifestação da doença que a levará à morte. Teresa não se rebela.
Acolhe sua enfermidade como a misteriosa visita do Esposo Divino. Serão 27 meses de terrível martírio. Começa uma prova de fé, mas manter-se-á firme até o fim, sem jamais rebelar-se. Tudo aceita com paciência e amor. Chega a dizer que jamais pensou que fosse capaz de sofrer tanto.
Tendo piorado a sua saúde, em 8 de julho de 1897 é conduzida à enfermaria do Carmelo. Suas irmãs e as outras monjas, no afã de não perder nenhuma de suas palavras, anotam tudo que ela diz entre dores atrozes e gemidos. Pouco antes de morrer, sem o menor consolo, exclamou:
Não me arrependo de haver-me entregue ao amor.
Às 19 horas do dia 30 de setembro de 1897 fixou os olhos no crucifixo e exclamou: Meu Deus, eu Te amo. Depois de um êxtase que teve a duração de um Credo, expirou. Obscura e anônima, parte para os braços do Pai a humilde carmelita que um dia será chamada a maior Santa dos tempos modernos.
O Papa Pio XI a canonizou no dia 17 de maio de 1925. No dia 9 de junho de 1897 havia prometido fazer cair uma chuva de rosas sobre o mundo. No dia 17 de julho explicara melhor em que consistiria esta chuva:
Eu quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra.
No dia 1º de agosto havia profetizado:
Ah, eu sei que o mundo inteiro me amará.
De fato, inúmeros prodígios são atribuídos à sua intercessão. A leitura e meditação de História de uma Alma vem causando incontáveis conversões. Sua mensagem pode ser resumida em quatro pontos:
  1. sigamos o caminho da simplicidade;
  2. entreguemo-nos com todo nosso ser ao amor;
  3. em tudo busquemos fazer cumprir a vontade de Deus;
  4. e que o zelo pela salvação das pessoas devore nossos corações.

Novena das Rosas

Esta novena pode ser começada em qualquer dia do mês;

0RAÇÃO - "Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos agradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestes a alma de Vossa serva Santa Terezinha do Menino Jesus, durante os 24 anos que passou na terra e, pelos méritos de tão querida Santinha, concedei-me a graça que ardentemente Vos peço (faça o pedido da graça que deseja) - se for conforme a Vossa Santíssima vontade e para salvação de minha alma. Ajudai minha fé e minha esperança, ó Santa Teresinha, cumprindo mais uma vez sua promessa de que ninguém Vos invocaria em vão, fazendo-me ganhar uma rosa, sinal de que alcançarei a graça pedida. "Reza-se em seguida 24 vezes: "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos e séculos, amém." Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós.
Rezar 1 Pai-Nosso, 1 Ave Maria


Pensamentos de Santa Teresinha

"... Pensar em uma pessoa que se ama é rezar por ela".
"Para mim a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o Céu, um grito de gratidão e amor no meio da provação como no meio da alegria".
"Tudo é graça."
"Amo tanto a Deus que desejo poder dar-lhe prazer sem que Ele saiba que sou eu."
"Não espero na terra qualquer retribuição: faço tudo por Deus."
"Do Evangelho fiz o meu tesouro mais precioso."
"A vontade de Deus é que eu lute até à morte."
"Lutemos sempre, mesmo sem esperança de ganhar a batalha."
"Oh! Bem-aventurado silêncio que tanta paz traz à alma!"
"Eu sempre quis ser santa."
"Deus apenas te pede que te deixes amar."
"Deus não tem necessidade das nossas obras, mas do nosso amor."
"Viver de amor é dissipar o medo e a recordação das faltas passadas."
"Oh! Que grande é o poder da oração!"
"Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!"
"Deus é tão rico que me dá abundantemente o que lhe peço."
"A minha vocação é o amor!"
"Como é doce chamar a Deus nosso Pai!"
"Eu escolhi ensinar a amar o Amor"
"Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino."
"Vim para salvar almas. E rezar pelos sacerdotes."
"Nunca me apoio nos meus próprios pensamentos."
"Deus quer que me abandone como uma criança."
"A caridade não deve ficar fechada no fundo do coração."
"Viver de amor é dar sem medida, sem reclamar salário aqui na terra."
"Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis."
"Quero encontrar maneira de ir para o Céu por um caminhinho muito direito, muito curto."
"Eu faço como as crianças que não sabem ler: digo a Deus o que Lhe quero dizer, sem compor belas frases."
"Muitas vezes, sem o sabermos, as graças que recebemos são devidas a uma alma escondida."
"No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!"
"Uma alma abrasada em amor não pode permanecer inactiva."
"Um coração que ama trabalha com amor."
"Compreendi que o Amor encerra todas as vocações."
"O Amor é tudo."
"A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros."
"Deus nunca me abandonou."
"Estou unida Àquele a quem amei com todas as forças."
"Meu Deus, amo-vos!"
"Não me arrependo de me haver entregue ao Amor."
"Haverá alma mais pequena e mais impotente que a minha?"
"O mérito não consiste em dar muito, mas em amar muito."
"Como é fácil agradar a Jesus, basta amá-L’o!"
"Não é para o primeiro lugar, mas para o último que eu corro."
"Sou filha de Maria."
"A Virgem Santíssima é mais Mãe que Rainha."
"A Santíssima Virgem teve menos que nós, porque não teve uma Santíssima Virgem para amar!"
"Ó Mãe bem-amada, apesar da minha pequenez, como tu possuo em mim o Onipotente."
"A Santíssima Virgem nunca estará escondida para mim, porque a amo muito."
"Ó Divina Eucaristia! Ó Mistério Sagrado! Que o Amor produziu..."
"Na noite desta vida aparecerei diante de Vós com as mãos vazias."
"Não recusemos nada a Jesus. Um dia Ele nos dirá: Agora é a minha vez!"
"É tão doce ajudar Jesus, pelos nossos sacrifícios, salvar almas."
"O meu caminho é todo confiança e amor."
"Não compreendo as almas que têm medo de um Amigo tão terno."
"Desejaria ter sido missionária desde a criação do mundo até ao fim dos séculos."
"Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo."
"Nós, que corremos pelo caminho do Amor, não devemos pensar no que nos pode acontecer de doloroso no futuro."
"A minha missão vai começar, a missão de fazer amar a Deus como eu O amo, de dar às almas o meu pequeno caminho."
"Quero passar o meu Céu a fazer bem a terra."
"Não posso descansar enquanto houver almas para salvar."
"Deus não me daria este desejo de fazer o bem sobre a terra depois da minha morte, se não quisesse realizá-lo."
"Só no Céu veremos a verdade de todas as coisas."
"Que seria de mim se Deus não me desse força?"
"O que mais me agrada é o que Deus quer e escolhe para mim."
"Se soubesse como Deus é bom para comigo!Mas se Ele fosse um bocadinho menos bom, continuava a achá-l'O ainda bom..."


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Convocação para o Tereceiro Estudo de Lideranças

Convocação

   Recornamos a todas as lideranças da Paróquia que neste sábado, dia 09/04/11, estaremos realizando o terceiro estudo dirigido de nossa Assembléia Paroquial.
   Início às 14:45hs no Centro Pastoral Paroquial.
   Todos estão convocados.

   Saudações fraternas.

   Em Cristo,
   Pe. Carlos

segunda-feira, 28 de março de 2011

Deus nos conduz pelos caminhos da história...

     Nesta  nossa Assembléia Paroquial queremos discernir, em Deus, a nossa identidade e missão como Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus. Para que possamos fazer isto faz-se necessário um mergulho na história de nossas comunidades e da nossa Paróquia, pois é Deus quem nos conduz e na nossa história poderemos descubrir a vontade de Deus a nosso respeito.
     Aqui traremos alguns testemunhos de históiria e de fé; contudo, ainda temos muito mais para relembrar....
     Assista estes testemunhos e conrtibua conosco. Se você se recorda de fatos históricos importantes de nossas comunidades e de nossa Paróquia escreva para nós: pstmj.to@gmail.com.